BIOMAS
O Brasil concentra um terço das florestas tropicais do mundo, mas apenas
1,99% é protegido por unidades de conservação integrais (que não permitem o
uso dos recursos naturais). Essa porcentagem está bem abaixo da média
mundial, que é de 6%. Além de poucas, as unidades de conservação estão mal
distribuídas no país. Essa conclusão é resultado de um estudo realizado pelo
Fundo Mundial para a Natureza (WWF), em parceria com o Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Deste estudo,
resultou um novo mapa da biodiversidade do País.
O trabalho foi apresentado na 52a. Reunião Anual da Sociedade Brasileira para
o Progresso da Ciência (SBPC), no dia 11/07/2000, em Brasília (DF), e mostra
uma radiografia completa dos sete grandes biomas brasileiros: Amazônia,
Caatinga, Campos Sulinos, Cerrado, Sistema Costeiro, Mata Atlântica e
Pantanal.
O mapa nacional da biodiversidade, além de redefinir geograficamente os
sistemas brasileiros, mostra algumas surpresas, como o fato de a Mata
Atlântica, apesar de ter número expressivo de unidades de conservação, estar
com apenas 0,69% de sua área protegida.
Outra surpresa nada agradável: o Brasil está muito atrás de outros países da
América do Sul na área de proteção ambiental: à nossa frente estão a Bolívia
(com 3,9% de sua área de conservação integral preservada), a Colômbia
(7,9%) e a Venezuela (22%).
O governo brasileiro pretende mudar essa situação com a proposta de investir
em torno de US$ 240 milhões, com financiamentos externos do Banco Mundial,
e aumentar para 10% as áreas de proteção integral.
Atualmente, cerca de 90% das áreas protegidas no país, em 150 unidades de
conservação, estão sob responsabilidade do Ibama. O restante fica sob os
cuidados dos estados e municípios.